O crescimento do mercado pet abre espaço para inovação, especialização e serviços mais estratégicos. Com foco em comportamento, tecnologia e novos formatos de atendimento, o setor aponta para um futuro onde se destacam os negócios que entendem as mudanças e se antecipam às demandas dos tutores.

Nem mesmo as oscilações econômicas conseguiram frear o avanço do mercado pet nos últimos anos. O que antes era visto como nicho, hoje se consolida como um dos setores mais resilientes e promissores do país. A demanda por serviços, produtos e atendimentos mais especializados continua crescendo, puxada pela relação cada vez mais próxima entre humanos e seus animais de estimação.

Mas, junto com o crescimento, surgem também desafios: inflação, alta tributação, mudanças no perfil do consumidor e necessidade constante de inovação.

Para quem atua no setor, especialmente profissionais da saúde animal, esse cenário representa muito mais do que obstáculos — é uma porta aberta para novas oportunidades.

Quer entender o que esperar do mercado pet nos próximos anos e onde estão as chances de crescer com estratégia? Continue a leitura e veja como se preparar para aproveitar o que vem por aí.

Como o mercado pet evoluiu nos últimos anos?

Nenhuma previsão apontava a resistência que o mercado pet brasileiro demonstraria diante das turbulências econômicas dos últimos tempos. Mesmo com inflação, alta carga tributária e câmbio instável, o setor manteve crescimento sólido. Em 2024, o faturamento chegou a R$ 75,4 bilhões, com alta de 9,6% em relação a 2023, um desempenho que confirma a força do segmento, mesmo diante de um ritmo de expansão mais contido.

De acordo com o Sebrae, o pet food se manteve como principal motor do setor, somando R$ 40,8 bilhões e representando mais da metade do faturamento. Na sequência vieram a venda de animais por criadores (R$ 8,1 bilhões), os produtos veterinários (R$ 7,8 bilhões) e os serviços veterinários (R$ 7,7 bilhões).

Além dos números, o comportamento do consumidor também se transformou. Hoje, o pet é visto como parte da família, e isso ampliou a busca por soluções que envolvem bem-estar, nutrição especializada, produtos naturais e experiências de cuidado mais completo. Essa mudança elevou a demanda por serviços personalizados e produtos premium, impulsionando novos modelos de negócios e formatos de atendimento.

Vale destacar o protagonismo dos pequenos e médios empreendimentos, que representam quase metade de todo o faturamento do setor. O modelo de pet shop de bairro, clínicas integradas e serviços especializados cresceu com base em relacionamento, conveniência e adaptação rápida às necessidades do público.

Mesmo com uma leve desaceleração no ritmo de crescimento — a menor variação percentual desde 2019 — o mercado segue sólido e em expansão. A combinação entre proximidade com o cliente, inovação e foco em bem-estar continuará sendo o principal motor de crescimento nos próximos anos.

Quais são os principais desafios do mercado pet atualmente?

Mesmo com um histórico de crescimento estável, o mercado pet enfrenta obstáculos que exigem atenção de quem empreende no setor. De acordo com o Sindpetshop, a alta carga tributária continua sendo uma das maiores barreiras para a expansão, impactando diretamente a rentabilidade de pet shops, clínicas e fornecedores de produtos e serviços.

Outro ponto crítico é o aumento nos custos operacionais, desde a energia até a reposição de insumos básicos. Isso pressiona as margens de lucro, principalmente dos pequenos e médios negócios, que formam a base do setor. Para muitos, repassar esses custos ao cliente final sem perder competitividade tem sido um grande desafio.

A variação cambial também afeta diretamente a cadeia pet, já que boa parte dos insumos usados em produtos veterinários e alimentos é importada. Quando o dólar sobe, os preços sobem juntos, dificultando a manutenção dos preços e da previsibilidade de custos, especialmente no pet food, que representa mais da metade do faturamento do setor.

Além disso, a informalidade ainda é um problema em determinadas regiões, dificultando a padronização de serviços, a valorização profissional e a confiança do consumidor. Em paralelo, cresce a exigência dos tutores por serviços com mais qualidade, atendimento humanizado e estruturas mais modernas, o que pressiona o setor a se profissionalizar com mais rapidez.

A falta de mão de obra qualificada também entra nessa conta. Muitos negócios têm dificuldade para encontrar profissionais com preparo técnico, postura ética e boa comunicação com os tutores — algo cada vez mais valorizado.

O que esperar do mercado pet em 2025 e nos próximos anos?

O cenário para os próximos anos é otimista. Mesmo com os desafios enfrentados em 2024, o mercado pet deve continuar crescendo, impulsionado por mudanças no perfil do consumidor, profissionalização dos serviços e investimentos em inovação.

Segundo o portal Pet Conecta Digital, o setor está entre os mais promissores para 2025 e isso não se deve apenas ao aumento no número de pets, mas à disposição dos tutores em investir mais em qualidade de vida para os animais.

A expectativa é que o setor mantenha taxas de crescimento sustentáveis, com maior foco em especialização, tecnologia e serviços personalizados. A expansão da classe média pet lover, que trata os animais como membros da família, continuará ditando o ritmo do consumo.

Há também um movimento crescente de verticalização no setor: clínicas, pet shops e hospitais integrados estão se consolidando como um modelo atrativo e funcional. Essa tendência valoriza a conveniência e a confiança, dois elementos decisivos na escolha do consumidor moderno.

Com o aumento da expectativa de vida dos animais, também deve crescer a demanda por serviços voltados à saúde preventiva, longevidade e bem-estar.

O investimento em tecnologia também será um dos motores do setor. Soluções como agendamento online, programas de fidelidade, monitoramento remoto e inteligência de dados ganham força e aproximam o pet shop ou clínica da rotina do tutor.

Onde estão as principais oportunidades para crescer no mercado pet?

Para profissionais da área, como médicas veterinárias, o mercado pet oferece caminhos concretos para inovação, diferenciação e expansão de serviços. As maiores oportunidades surgem justamente das mudanças no comportamento dos tutores, que buscam mais do que produtos: querem cuidado, atenção e experiências que reforcem o vínculo com seus animais.

Confira as oportunidades para clínicas e profissionais da saúde veterinária:

• serviços especializados em alta demanda — áreas como geriatria, odontologia, dermatologia, nutrição funcional e fisioterapia seguem ganhando espaço, acompanhando o envelhecimento da população pet e a valorização do cuidado preventivo;
• atendimento humanizado como diferencial competitivo — clínicas que priorizam a escuta, a empatia e a individualização do atendimento se destacam. Isso cria laços duradouros com os tutores e amplia a percepção de valor;
• educação contínua e posicionamento como referência — veterinários que compartilham conhecimento nas redes sociais, participam de eventos e produzem conteúdo fortalecem sua autoridade, atraem novos clientes e ampliam sua rede de confiança.

Agora, veja quais são as oportunidades para pet shops e empreendedores do setor:

ampliação de serviços no mesmo espaço físico — unir loja, clínica, banho e tosa, atendimento nutricional e reabilitação em um único ambiente atrai tutores que buscam praticidade. É uma forma de fidelizar e aumentar o ticket médio;

curadoria de produtos com foco em saúde e bem-estar — há crescimento na busca por rações naturais, petiscos funcionais, brinquedos sensoriais, produtos para enriquecimento ambiental e cosméticos sem componentes agressivos. Lembre-se de que escolher bem os produtos da loja agrega valor ao atendimento;

parcerias com profissionais da saúde animal — estabelecer parcerias entre pet shops e médicos veterinários ajuda a fortalecer o negócio dos dois lados. O tutor ganha mais confiança e vê o estabelecimento como um centro de cuidado completo.

Segundo o Sebrae, quanto mais segmentado e personalizado for o serviço, maior a chance de fidelização. Isso mostra que investir em diferenciação deixou de ser uma vantagem para se tornar uma necessidade competitiva.

Quais tendências estão moldando o futuro do mercado pet?

Novas demandas, tecnologias e comportamentos estão redesenhando a forma como tutores consomem, como os serviços são prestados e como as marcas se posicionam. Por isso, é tão importante entender essas tendências para crescer com consistência nos próximos anos.

Personalização de produtos e serviços

A busca por experiências exclusivas levou à expansão de serviços sob medida: desde planos de saúde personalizados até dietas específicas, cosméticos naturais e acessórios feitos por encomenda. Essa personalização amplia o vínculo com a marca e aumenta o valor percebido pelos tutores.

Integração entre físico e digital

Pet shops e clínicas que adotam tecnologias simples como agendamento online, carteiras digitais de vacinação e lembretes automatizados estão se aproximando ainda mais do dia a dia do tutor. O uso de apps e plataformas facilita a comunicação e amplia a fidelização.

Sustentabilidade no centro da decisão de compra

Cresce o interesse por marcas que adotam embalagens recicláveis, produtos veganos, processos éticos e transparência sobre ingredientes. Para parte do público, isso deixou de ser um diferencial e passou a ser um critério de escolha.

Crescimento do segmento pet sênior

Com o envelhecimento da população pet, aumenta a demanda por serviços especializados em mobilidade, cuidados paliativos, reabilitação e suporte nutricional para animais idosos. Essa tendência abre espaço para profissionais que desejam se especializar em áreas pouco atendidas.

Humanização do atendimento como padrão

A forma de se relacionar com o tutor está mudando. O atendimento técnico e impessoal dá lugar a uma comunicação mais próxima, que leva em conta a realidade de cada família e o perfil do animal. O que antes era visto como diferencial, agora é esperado.

Expansão de terapias complementares

A procura por acupuntura, reiki, fisioterapia, aromaterapia e outras terapias alternativas para pets cresce ano a ano. Esses serviços ainda têm pouca oferta no mercado, mas conquistam um público fiel e engajado.

Segundo a Expo Mundo Pet NE, essas tendências apontam para um setor cada vez mais sensível ao comportamento do tutor moderno, que exige atenção, propósito e profissionalismo em cada contato com seu pet.

Quem acompanha de perto o mercado pet percebe que o crescimento não acontece por acaso. Ele é resultado de visão estratégica, capacidade de adaptação e atenção às mudanças no comportamento do consumidor. As oportunidades estão aí, mas só colhe quem sabe onde plantar: na inovação, na escuta ativa e na gestão eficiente. É tempo de sair do básico e investir em estrutura, tecnologia e valor de marca para se destacar em um setor que não para de evoluir.

Acompanhando esse crescimento está o ZettaPET, que é um software de Gestão ERP para petshops e Clínicas Veterinárias que ajuda no fortalecimento da sua loja.